domingo, 9 de agosto de 2015

Quando eu decidi fazer a Cirurgia Bariátrica.




Tenho 25 anos e à aproximadamente 6 anos eu venho ganhando peso desenfreadamente.
Quando criança eu era uma garota magricela que não comia nada. E então vieram os hormônios e eu fui ganhando corpo e com 18 anos eu descobri que tenho uma disfunção hormonal chamada Ovários Policísticos. E foi ai que tudo desandou...

“A Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida pela sigla SOP, é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho.
É uma doença caracterizada pela menstruação irregular, alta produção do hormônio masculino (testosterona) e presença de micro cistos nos ovários.” (Fonte:Gineco)

Tudo contribuiu para o meu ganho excessivo de peso. Os meus hormônios estarem descontroladamente desregulados (período onde eu mais ganhei peso foi quando o meu organismo estava produzindo 3 vezes mais testosterona e outros hormônios masculinos que um homem adulto), morar sozinha, estresses do cotidiano, uma má alimentação e a falta de tempo e preguiça para fazer exercícios. Tudo isso, fez com que eu ganhasse em apenas 5...6 anos um  numero assustador de peso.

Não vou dizer que eu sou uma pessoa 100% de boa com o meu peso e minha imagem.  Outro dia vi uma entrevista daMariana Xavier no Estrelas onde ela disse:

“Ser bem-resolvida pra mim não é achar que tá tudo perfeito, e sim ter consciência dos seus pontos fortes e fracos e conseguir ser feliz com eles.”  Entrevista Estrelas


Eu achei esta frase tão pé no chão e tão real que passei não só a admira-la como atriz, mas também como pessoa. E eu com o tempo aprendi a ser feliz com esta minha imagem. Tem dias que eu acordo e me acho linda e sexy enquanto outros dias olho para o meu guarda roupa e parece que não tenho uma blusa descente para vestir. Mas isso é normal do ser humano: Nunca estamos 100% satisfeitos com nada! Estamos constantemente querendo fazer uma mudança.

Procuro sempre usar roupas que valorizavam os pontos que eu acho bonito em mim e procuro disfarçar de alguma forma aquilo que não me agrada.
Tenho uma saúde invejável a muito magro, meus exames recentes mostraram que colesterol, trigliceres e meu coração estão em perfeito estado e não tenho gordura em volta dos órgãos ou diabetes e doenças associadas à obesidade. Bom, eu ainda não tenho. Por que histórico familiar de diversas doenças eu já tenho.

E, não eram apenas as doenças me preocupava. As dores constantes no meu joelho e pé faziam com que eu ficasse por períodos a base de remédios e horas nos prontos socorro. O ortopedista, após alguns exames, diagnosticou que o único problema que eu tinha no joelho era por culpa da obesidade.
Por conta da minha baixa estatura e do excesso de peso eu estava esmagando o meu joelho e com isso tinha dores diárias e intermináveis. No meu pé eu tenho fascite plantar que é uma inflamação no tendão dos pés (e tenho esta inflamação nos dois pés) e a obesidade não é a causa da dor, mas intensifica a dor. Basicamente, não é o motivo que causa a dor, mas acaba judiando ainda mais.

O que significa que não tem jeito, eu preciso perder um pouco de peso. E ai, vem a síndrome de ovários Policísticos novamente. Ter essa síndrome torna a perda de peso ainda mais difícil ou em alguns casos é desestimulante por que o tempo de resposta para perder peso é muito mais demorado do que para pessoas que não tem este problema.
Sempre fui contra a fazer dietas malucas e radicais e ainda mais contra ficar tomando ‘remedinhos milagrosos’ vendidos por ai. Então no meu caso a demora era ainda maior. Sempre fui a favor de uma reeducação alimentar e do “Aprender a comer” e de acompanhamentos médicos.

Há cerca de dois anos, quando procurei o Dr. Laudo – Endócrino – e ele de prontidão já recomendou que eu fizesse a cirurgia bariátrica e eu disse que preferia primeiro tentar de uma maneira menos invasiva. E confesso que há dois anos eu não estava pronta psicologicamente para fazer uma mudança tão radical. Tentei remédios, exercícios e uma dieta. Mas não consegui perder peso que fizesse uma diferença ou que me estimulasse a continuar com a dieta.

Mas, a cada dia que passava eu me sentia mais cansada. Subir uma ladeira ou meia dúzia de degraus era extremamente desgastante pra mim. Eu começava a evitar de sair por que sabia que depois tinha que subir as escadas monstruosas da minha casa. Ou evitava balada por que eu não aguentava ficar muito tempo em pé e sabia que meu joelho começaria a dor no decorrer da noite. E se tinha algum evento onde eu gostaria de usar salto era necessário um tratamento forte com remédios e uso de tênis durante toda a semana (ate para trabalhar) para que no sábado eu conseguisse ficar algumas poucas horas com um sapato mais bonito.

Durante este período eu comecei a pesquisar tudo que podia sobre a cirurgia bariátrica. Eu conheço diversas pessoas próximas que fizeram e de todas as idades. Li tudo que foi possível sobre a cirurgia e comecei então o trabalho de correr atrás de todos os documentos necessários para poder fazer a cirurgia bariátrica e também uma reeducação alimentar para que eu aprendesse a comer e evitasse alguns tipos de alimentos. Principalmente no jantar que era a refeição em que eu mais ingeria alimentos.

Apenas com a reeducação alimentar e poucos exercícios eu perdi cerca de 10Kg em 7 meses. Pouco considerado ao tanto tempo de tratamento. Mas, como disse... o Ovário Policísticos não colaboravam. Não conseguia fazer exercícios todos os dias, mas tentei manter um ritmo de no mínimo 02 dias de academia por semana. Mas consegui me reeducar e filtrar se eu precisava comer determinada coisa mesmo ou se era apenas vontade. Aprendi a dizer não para alguns alimentos e entendi que não preciso comer um pacote de bolacha toda hora.

Depois de muitas pesquisas, exames e consultas com toda uma equipe de médicos eu já estou com a cirurgia marcada para a manhã do dia 06/08/2015 e estou pronta tanto fisicamente quanto psicologicamente para essa mudança que resultara numa melhoria significativa no meu de modo de como vou viver no resto da minha vida.

Preciso falar que foi fundamental o apoio das pessoas mais próximas de mim para que essa mudança ocorresse e para que eu me sentisse segura e pronta para dar este passo. . Como ainda não tinha tornado publico esta minha decisão poucas pessoas a minha volta sabiam. Agora o numero de pessoas aumentará e após este post, outras tantas virão a saber.

Não abri esta informação para todos por um único motivo: Minha avó tem 87 anos e é muito preocupada com a família dela. Além de ter diabetes emocional. Então preferi ocultar dela ate eu fazer a cirurgia e estar em casa. E ai sim, minha veinha vai ficar saber e ficara menos nervosa e levarei uma bronca por não contar antes.

Decidi que vou compartilhar aqui no blog minha recuperação ao decorrer dos tempos e no próximo post vou contar qual foi o maior peso que eu atingi.

Se liga ai e acompanhe os próximos posts!


Texto Excrito em: 04.08.2015
Srta fUmiga

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